sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Ser voluntário ...


Ser voluntário é ser missionário; buscar receber do próximo nada em troca, procurar em nós mesmos os erros e acertos que vemos em outrem; Entender como se chega a uma situação de vida, sem perguntar o antes, mas, semear buscando renascimento no durante e no depois. Ser voluntário na APAC acima de tudo é saber que os que contam conosco são aqueles que menos contam para a sociedade...

Pr. Wilson Ap. de Souza
Voluntário da APAC 

domingo, 4 de setembro de 2011

APAC de Lagoa da Prata forma novos voluntários

A APAC de Lagoa da Prata entregou no sábado, 3, os certificados do Curso de Voluntários, que estava sendo ministrado desde junho. Os novos voluntários já estão atuando em diversas atividades. Nas fotos o Presidente da Apac de Lagoa da Prata, Sr. Quito, e a psicologa Paula, entregam os certificados.








Apac comemora Dia dos Pais com almoço para família


Para comemorar o Dia dos Pais a APAC realizou no dia 20 de agosto um almoço para recuperando e suas famílias. O almoço foi preparado por voluntárias.




Projeto Regresso é apresentado ao empresariado de Lagoa da Prata

Iniciativa visa incentivar empresas a contratar mão de
obra de ex-recuperandos da APAC

Grande parte das reincidências criminais ocorre porque não é oferecida aos ex-detentos do sistema prisional uma oportunidade de trabalho digno na vida pós cárcere. Foi pensando em mudar essa realidade que o Instituto Minas Pela Paz (IMPP) lançou o Projeto Regresso. A iniciativa contribui para a reinserção no mercado de trabalho e promove o retorno à sociedade de quem esteve preso, se recuperou e quer começar uma nova etapa de vida.

Visando apresentar o Projeto Regresso ao empresariado de Lagoa da Prata e região, o IMPP, juntamente ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais, por meio do juiz de Execução Penal Marcelo Augusto Lucas Pereira, ao Sistema Nacional de Emprego (Sine) e à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), realizaram um evento no dia 27 de julho de 2011, no Fórum. Durante a reunião o coral da Apac, composto por recuperandos, fizeram uma apresentação.

Representantes das indústrias e empresas locais e seus principais colaboradores da área de recursos humanos, além de autoridades, conheceram o Projeto, conscientizando-se sobre os benefícios gerados pela contratação de mão de obra de egressos e recuperandos da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Lagoa da Prata.Dezenas de empresários e representantes de empresas estiveram no evento.

Sobre o Projeto Regresso
O Projeto Regresso é legitimado pela Lei Estadual 18.401, de 28 de setembro de 2009, apresentada pelo Instituto Minas Pela Paz ao Governo do Estado de Minas Gerais. Em Lagoa da Prata, os candidatos às vagas de trabalho e as empresas interessadas em estabelecer parceria deverão entrar em contato com Sistema Nacional de Emprego (Sine) local.

O Instituto Minas Pela Paz (IMPP) é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), criada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) e as dez maiores empresas com sede em Minas Gerais. O principal objetivo da entidade é a promoção da justiça social, da paz, da cultura, da cidadania e dos direitos humanos, por meio da realização de ações de prevenção da violência e da criminalidade.Fonte: Assessoria IMPP



                                            Empresários e autoridades presentes no evento


                                     Representante do três poderes, da Apac e Projeto Regresso



 O ex-recuperando Paulo Valentin falou sobre a importância do emprego na recuperação. Hoje ele é funcionário da Apac


                                 O coral da Apac fez uma apresentação durante o evento 

sábado, 3 de setembro de 2011

Dias Melhores


Redação dos Recuperados:


Verdadeiro Amigo

Foi a cerca de nove anos, quando fui preso, naquele momento me vi sozinho e me sentia completamente abandonado por todos que diziam serem meus amigos.Somente minha família me apoiou diante de tanta dor.
Ali na prisão, pude perceber que a vida era frágil e regrada de pequenos valores  que não percebemos. Só damos valor nas coisas quando perdemos.
Eu me martirizava porque antes era muitos amigos e agora quem está ao meu lado são: minha família e Deus. Deus tem um plano de vida para cada um de nós. Ele colocou a APAC na minha vida.
A APAC é uma Associação que nasceu aos pés da cruz. E foi na APAC que após anos de sofrimentos Deus me mostrou que além da minha família e Dele eu tinha outros amigos verdadeiros que através do diálogo, respeito e amor eu venceria. Aqui fui amparado. Acreditaram em mim. Me valorizaram. Fizeram-me acreditar que eu era especial. Com tanto carinho que recebi percebi que tenho condições de me reerguer. Agradeço a Deus por tudo isso.
Marco Túlio


APAC lugar de mudar de vida

Antes de conhecer a APAC eu vivia uma vida que para mim era uma vida boa. Acreditava que tinha muitos amigos bons. Pensava que os meus amigos eram verdadeiros. Vivi uma ilusão. Quando fui preso sumiram, não me ajudaram. Mas quando tive a oportunidade de vir para a Apac comecei a entender o que é amizade. Um verdadeiro amigo está sempre tentando nos ajudar e muitas vezes não entendemos o que o amigo esta tentando fazer para o nosso bem.
Um amigo de verdade é aquele que nos momentos ruins de nossa vida fica do nosso lado para mostrar o caminho certo. Amigo de verdade não fala sim para tudo.
Sei que a diretoria da APAC quer meu bem e minha recuperação. Agradeço a Deus todos os dias porque a APAC esta mudando a minha vida, pois eles acreditam na minha recuperação.
Denilson Teixeira

OPINIÃO: “As coisas só tem significado quando nós as conhecemos”. Por Cintia Souza

Esta frase me marcou desde a primeira vez que a li quando participei, há alguns anos, do curso de voluntários da Apac (Associação de Proteção e Assistência ao Condenados) de Lagoa da Prata.  Julgar o passado de pessoas que um dia foram como nós, ou melhor, às vezes melhores do que nós, é muito fácil. O difícil é compreender e abraçar a causa que as levaram a se desviar do caminho, cometer crimes e causar tanto sofrimento às famílias.
Discriminação? Por quê? Afinal, não sabemos do dia de amanhã. Nossos filhos ainda irão crescer, nossos netos ainda irão nascer... Ninguém esta livre desta triste trajetória que assola milhões de famílias em todo o mundo. Julgamos sem conhecer, falamos sem medo e sem piedade sobre um assunto que está tão longe do coração. Antes de discriminar precisamos conhecer e acolher a grande lição que Jesus nos deixou: “Amai ao próximo como a ti mesmo”.
Que amor medíocre é esse que nos embala na emoção de falar mal e julgar aqueles que, talvez, não tiveram a mesma oportunidade que nós?
Em uma tarde de sábado, me emocionei ao assistir, em canal aberto e em horário de pico, uma grande lição que deveria ser seguida por todos: o sério trabalho desenvolvido pelo Grupo Cultural AfroReggae, que tem como visão “a luta pela transformação social que, através da cultura e da arte, desperta potencialidades artísticas que elevam a auto-estima de jovens das camadas populares”. Eles não se importam com quem são e nem de onde vieram esses jovens, apenas acreditam em um futuro melhor para eles.
Um dos assuntos que mais me chamou a atenção foi sobre a empregabilidade. “Nestes 3 anos completados em fevereiro de 2011, foram 1.904 pessoas inseridas no mercado de trabalho sendo que 855 tiveram alguma ligação direta ou indireta com o mundo do crime e  ex-detentos que estão cumprindo liberdade condicional. Todos empregados com carteira assinada e os direitos trabalhistas assegurados.  Antes, bandidos, agora cidadãos inseridos no mercado de trabalho formal pelo “Empregabilidade”, através de parcerias com grandes empresas. Instalado no centro do Rio de Janeiro, o escritório do Empregabilidade é coordenado por Norton Guimarães, 52 anos de vida, 30 na criminalidade, 11 preso. “Quando saí da prisão, descobri que a vida aqui fora era muito mais difícil. Queria ter uma vida honesta, mas ninguém me dava oportunidade. Não há emprego para quem quer mudar de vida. Só há preconceito”, lembra ele que está no AfroReggae há quatro anos. Hoje ele trabalha para mudar esta realidade. “Nem sempre foi fácil. Na busca por empresas parceiras, vi as portas se fecharem muitas vezes”.
            Este é apenas um dos milhares de exemplos que provam que ainda existem pessoas que acreditam na recuperação do outro.
            Que as empresas de Lagoa da Prata possam também seguir este exemplo, dar oportunidade para aqueles que não souberam aproveitar as chances da vida. Que instituições, igrejas e organizações não governamentais possam criar um novo ambiente nos presídios, Apac e fazendas de recuperação de dependentes químicos.  
Outro exemplo também exibido pela televisão foi de um time de futebol argentino, “Pioneros”, formado por presidiários e carcereiros. Desde 2009, guardas e detentos dividem o mesmo uniforme do time. “Pelo portão, rumo ao pátio, passam 20 prisioneiros. Os únicos que podem deixar a Unidade 21. Nas mãos, chuteiras e bolas de futebol. No caminho entre as celas e o campo, os jogadores do Club Deportivo Pioneros pensam na próxima vitória. Parece roteiro de filme, mas é dia de jogo para a equipe oficial do Sistema Penitenciário da capital da Argentina. Quando jogam fora de casa, usam escolta policial e viajam no ônibus do presídio. Guardas armados acompanham os movimentos dos jogadores, condenados por delitos como roubo, sequestro e homicídio. As partidas em casa são realizadas em campo oficial, do lado de fora da Unidade 21”.
Jogadores que levaram cartão vermelho da sociedade encontram dentro do presídio uma forma de ser “gente” com direitos e deveres. Isso esta na legislação. A Lei de Execução Penal diz o seguinte:
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade.
Art. 41 - Constituem direitos do preso:
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;
VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
            Eu finalizo apenas com uma frase que ouvi outro dia: “Um condenado recuperado é menos um bandido na sociedade”, pense nisso.

*Cintia é jornalista e familiar de recuperando



Unidade APAC Lagoa da Prata


APAC de Lagoa da Prata-MG

A unidade da APAC, ou o Centro de Reintegração Social, de Lagoa da Prata foi  inaugurado em 11 de abril de 2008, Situado na Rua José Xavier,200, bairro Mangabeiras. Desde a inauguração, com o apoio da comunidade o método APAC se tornou um referencial de dignidade para a recuperação do condenado.

    Na Apac de Lagoa da Prata os recuperando tem a oportunidade de estudarem dentro da unidade


         



Os recuperandos também participam de atividades culturais.Na foto apresentação                                 do coral da Apac na inauguração da decoração de Natal da Praça da Matriz. Sem policiamento eles fizeram a apresentação e voltaram para a Apac


 Artesanatos feitos pelos recuperandos do Regime fechado


 Os recuperando tem liberdade de manifestação religiosa



Voluntários ajudam em almoço para recuperando e família 

O QUE É A APAC


                Uma prisão sem armas, sem polícia, mas com solidariedade

A Associação de Proteção e Assistência aos Condenados ( APAC) é basicamente uma prisão que primeiramente valoriza o ser humano. Você já viu um presídio em que não existem carcereiros ou policiais? E que os presos não são “vigiados” com armas? E que as chaves da prisão ficam com os próprios presos? E mesmo assim o índice de fuga é muito mais baixo que do sistema comum? E nesse lugar não recrimina o crime cometido? ( ou seja tem de traficantes até assassinos).
Sim essa prisão existe, aqui no Brasil e é referencia mundial. Infelizmente pouco divulgada.O custo para o estado para o recuperandos, como são chamados os presos, é muito menor e o índice de reincidência também. Nas unidades eles trabalham e estudam.
             No Ano ano de 1972, através de estudos e experiências com os condenados, um grupo de pessoas voluntárias lideradas por Mário Ottoboni, em São José dos Campos-SP, instituiu um Método revolucionário e eficiente no modo de execução de pena que hoje, decorridos mais de trinta anos, se tornou conhecido e adotado em grande parte do Brasil e em diversos países do mundo. É o Método APAC, que veio trazer condições ao condenado de se recuperar e ressocializar-se, tornando aquilo que parecia ser impossível de ser alcançado em realidade.
Mário Ottoboni advogado e jornalista trabalhava com o também advogado Franz de Castro Holzwarth foi um defensor dos direitos humanos, cuja morte encerra uma vida repleta de ações em favor dos encarcerados. Faleceu ao 38 anos no dia 14 de fevereiro de 1981, morto durante uma rebelião na cadeia pública de Jacareí, quando havia sido chamado para mediar o motim e se ofereceu para ficar como refém no lugar de um policial militar. Hoje corre o processo de beatificação dele pelos atos de solidariedade. Depois da morte dele, Mário Ottoboni, liderou a implantação do que seria impossível, um présidio sem polícia.



                                                                   Franz de Castro



 Mário Ottoboni

O método APAC se inspira no princípio da dignidade da pessoa humana e na convicção de que ninguém é irrecuperável, pois todo homem é maior que a sua culpa. Alguns dos seus elementos mais importante do método:
Método APAC
O Método
O método Apac está fundamentado em 12 elementos que precisam estar funcionando simultaneamente para que possamos obter bons resultados. Veja a seguir:
A PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE
A APAC somente poderá existir com a participação da comunidade, pois compete a esta a grande tarefa de, organizada, introduzir o Método nas prisões. Sem que se tenha uma equipe preparada através dos cursos que devem ser ministrados com antecedência, não se pode pensar em revolucionar o Sistema Penitenciário na busca de resultados positivos, como alento e esperança a todos. Buscar espaços nas Igrejas, jornais, emissoras, etc., para difundir o projeto que se pretende instituir na cidade para romper as barreiras do preconceito, é condição indispensável para aglutinar as forças vivas da sociedade.
O RECUPERANDO AJUDANDO O RECUPERANDO
É preciso investir o tempo todo para desenvolver o sentimento de ajuda mútua e colaboração do recuperando para com o recuperando. Despertá-los para os valores, sobretudo sobre a necessidade de que um precisa ajudar o outro, porque o ser humano nasce para viver em comunidade. Acudir o irmão que está doente, ajudar os mais idosos, atendendo no corredor do presídio, na copa, na cantina, na farmácia, na secretaria, etc. O sentido de ajuda, é muito salutar e devolve ao recuperando muita tranqüilidade, pois à medida em que ele coopera, terá um retorno de ajuda.
Através da representação de cela, e da constituição do CSS – Conselho de Sinceridade e Solidariedade, composto tão somente de recuperandos, se buscará a cooperação dos condenados para a melhora da disciplina, da segurança do presídio, a busca de soluções práticas, simples e econômicas para os problemas e os anseios da população prisional.
O TRABALHO
Existem muitas pessoas que pensam que o trabalho tão somente recupera o ser humano. Mas isto não é verdade.
O trabalho deve fazer parte do contexto, parte da proposta, mas não deve ser o elemento fundamental da proposta, pois somente o trabalho, não é suficiente para recuperá-lo.
No Método APAC, o regime fechado é o tempo para a recuperação, o semi aberto para a profissionalização, e o aberto, para a inserção social. Neste sentido o trabalho aplicado em cada um dos regimes, deverá ser de acordo com a finalidade proposta.
Não se pode perder de vista, que se não houver uma reciclagem dos valores, se não melhorar sua alto imagem, se não fizer com que o cidadão que cumpre pena se descubra, se conheça e enxergue seus méritos, nada terá sentido. Se não ajudar o recuperando a perceber-se como filho de Deus, como cidadão igual a qualquer outro cidadão, com as mesmas possibilidades de caminhar, de vencer e de ser feliz, não adianta dar serviço ou forçar o trabalho, porque ele vai ser um eterno revoltado. Então, é possível que na primeira oportunidade de rebelião irá colocar fogo nas máquinas, nas oficinas de trabalho, etc.
Vale lembrar que o índice de reincidência a nível internacional gira em torno de 70%, mesmo nos países que buscaram nas prisões privadas a solução. Isto confirma a convicção de que somente o trabalho não é suficiente para recuperar o ser humano.
A RELIGIÃO E A IMPORTÂNCIA DE SE FAZER A EXPERIÊNCIA DE DEUS
Um outro equívoco que ocorre com grande freqüência na abordagem de recuperação de presos além do trabalho, é julgar que a religião seja suficiente para preparar o preso para seu retorno na sociedade. Vale dizer, que é possível encontrar em praticamente todos os estabelecimentos prisionais grupos religiosos de diferentes credos e no entanto, o índice de reincidência no país continuar alarmante, oscilando entre 75% a 80%.
O que ocorre, via de regra, é que sob o manto da religião o preso mascara, negocia, dessimina o que passa em seu interior, com o objetivo claro de levar vantagens junto aos grupos religiosos que ali aparece.
A religião é fundamentalmente para a recuperação do preso, a experiência de amar e ser amado desde que pautada pela ética, e dentro de um conjunto de propostas onde a reciclagem dos próprios valores leve o recuperando a concluir que Deus é o grande companheiro, o amigo que não falha. Então Deus surge como uma necessidade, que nasce espontaneamente no coração de recuperando para que seja permanente e duradoura.
O Método APAC proclama pois, a necessidade imperiosa do recuperando fazer a experiência de Deus, ter uma religião, amar e ser amado, não impondo este ou aquele credo.
ASSISTÊNCIA JURÍDICA
Sabemos que 95% da população prisional não reúnem condições para contratar um advogado, especialmente na fase da execução penal, quando ele toma conhecimento dos inúmeros benefícios facultados pela Lei. Por isso, o tempo todo, o recuperando está preocupado em saber o andamento dos seus pedidos, recursos, etc. , para conferir o tempo que lhe resta passar na prisão.
O Método APAC, recomenda, pois, uma atuação especial a este aspecto do cumprimento da pena advertido que: a assistência jurídica deve se restringir somente aos condenados na proposta da APAC, evitando sempre que a Entidade se transforme num escritório de advocacia, cuidando de prestar assistência jurídica aos recuperandos comprovadamente pobres, e nada mais.
Assistência jurídica ao recuperandos Assistência Jurídica aos recuperandos
ASSISTÊNCIA À SAÚDE (MÉDICA, ODONTOLÓGICA, PSICOLÓGICA, ETC.)
Outro elemento evidente dentro da metodologia e que todo trabalho sério deve oferecer é uma assistência médica odontológica e outras de um modo humano e eficiente.
Imagine o recuperando abandonado nas grades com “dor de dente, com úlcera, vítima de HIV?
O atendimento dessas necessidades são vitais e se não atendidas, criam um clima insuportável e extremamente agressivo e violento, foco gerador de fugas rebeliões e morte. Impossível falar do amor de Deus neste ambiente. Por isso, é, fácil deduzir que a saúde deve estar sempre colocada em primeiro plano, para evitar sérias preocupações e aflições do recuperando, a par da mensagem que essa providência passa como gesto de amor do Pai dirigido aos filhos.
VALORIZAÇÃO HUMANA
O preso mascara, se mostra o “tal”, o valente, mas no fundo se sente um lixo.
O Método APAC, consiste em colocar em primeiro lugar o ser humano e, nesse sentido, todo o trabalho deve ser voltado de modo a reformular a auto imagem de homem que errou.
Chamá-lo pelo nome, conhecer suas histórias, interessar-se por suas vidas, sus sorte, seu futuro. Atendê-los em suas necessidades, tais como atendimento médico , odontológico, material, jurídico, etc, é fundamental, uma vez que os presos têm outras prioridades, que segundo sua ótica, antecedem a necessidade de Deus. Em reuniões de cela, com a utilização de métodos psíco-pedagógicos, é realizado grande esforço para fazer o recuperando voltar suas vistas para essa valorização de si; convencê-lo de que pode ser feliz, que não é pior que ninguém, absolutamente.
A educação e o estudo devem fazer parte deste contexto de valorização humana, uma vez que a nível mundial é grande o número de presos que tem deficiências neste aspecto. No Brasil, a população prisional é composta em média, de 75% de analfabetos ou semi analfabetos.
Os voluntários especialmente treinados para este fim, irão ajudar os recuperandos a tirar as máscaras que os impedem de ver a realidade tal como é, a libertar-se dos medos, dos vícios, dos preconceitos e das grades interiores, para que, ao final, purificado de tudo isso possa perceber-se como filho de Deus, como alguém que pode ser feliz.
A FAMÍLIA
No método APAC a família do recuperando é muito importante.
Aquilo que o Sistema comum rompe, na APAC se faz de tudo para fortalecê-lo, ou seja, é preciso trabalhar para que a pena atinja tão somente a pessoa do condenado, evitando o máximo possível que ela extrapole a pessoa do infrator atingindo a sua família. Neste sentido, se procura fazer de tudo para que não se rompam os elos afetivos do recuperando e sua família. Por exemplo: O recuperando pode telefonar uma vez por dia para os seus parentes, escrever cartas, etc. No dia dos pais, das mães, das crianças, Natal, e outras datas importantes, é permitido que os familiares participem com os recuperandos.
É importante notar, que quando a família se envolve e participa da metodologia, ela é a primeira a colaborar no sentido de que não hajam rebeliões, fugas, conflitos, etc.
O VOLUNTÁRIO E O CURSO PARA SUA FORMAÇÃO
O trabalho apaqueano é baseado na gratuidade, no serviço ao próximo.
Para esta tarefa, o voluntário, verdadeiro apóstolo dos condenados, precisa estar bem preparado.
Sua vida espiritual deve ser exemplar, seja pela confiança que o recuperando nele deposita, seja pelas atribuições que lhes são confiadas, cabendo-lhes desempenhá-las com fidelidade e convicção.
Curso de Voluntários Curso de Voluntários
A remuneração deve restringir apenas e prudentemente às pessoas destacadas a trabalhar no setor administrativo, cuja característica principal foge da marca do voluntariado.
O recuperando que é muito sensível percebe facilmente quando se trata de alguém que o socorre por amor, sem interesse algum garantindo assim bons resultados ao Método. Não se pode perder de vista que o Método APAC, foi inspirado no sacrifício da cruz, no olhar de misericórdia de Cristo que, voltando-se para Dimas arrependido, anunciou-lhe a salvação.
Em sua preparação, o voluntário participa de um curso de formação de voluntários, normalmente desenvolvido em 42 aulas de 1:30hs de duração cada uma, durante o qual irá conhecer a metodologia, e desenvolver suas aptidões para exercer este trabalho com eficácia e observância de um forte espírito comunitário.
CASAIS PADRINHOS
As estatísticas comprovam que 97% a 98% dos recuperandos vieram de uma família enferma e desestruturada. A grande maioria tem uma imagem negativa do pai, da mãe ou de ambos ou mesmo daquele(as) que os substituíram em seu papel de amor. Na raiz do crime vamos encontrar sempre a experiência da rejeição, vivida por alguns ainda no ventre materno.
Aos casais padrinhos incumbe pois, a tarefa de ajudar a refazer as imagens desfocadas, negativas do pai, da mãe ou de ambos, com fortes projeções da imagem de Deus. Somente quando o recuperando estiver em paz com estas imagens, estará apto e plenamente seguro para retornar ao convívio da sociedade.
CRS – CENTRO DE REINTEGRAÇÃO SOCIAL
A APAC criou o Centro de Reintegração Social e, nele, dois pavilhões: Um destinado ao regime semi-aberto e outro ao aberto, não frustrando assim, a execução da pena.
O estabelecimento do CRS, oferece ao recuperando a oportunidade de cumprir a pena próximo de seu núcleo afetivo: família, amigos e parentes, facilitando a formação de mão de obra especializada, favorecendo assim, a reintegração social , respeitando a Lei e os direitos do condenado.
O recuperando não se distanciando da sua cidade encontrará logicamente, apoio para conquistar uma liberdade definitiva com menos riscos de reincidência.
MÉRITO
No Método APAC, o Mérito – conjunto de todas as tarefas exercidas, bem como as advertências, elogios, saídas, etc, constantes da pasta prontuário do recuperando –, passa a ser o referencial, o pêndulo do histórico da vida prisional. Não vale, portanto, se o condenado é “obediente” ou “ajustado” às normas disciplinares, porque será sempre pelo Mérito que ele irá prosperar , e a sociedade e ele próprio, serão protegidos.
CTC – COMISSÃO TÉCNICA DE CLASSIFICAÇÃO
É imperiosa a necessidade de uma Comissão Técnica de Classificação composta de profissionais ligado à metodologia, seja para classificar o recuperando quanto à necessidade de receber tratamento individualizado, seja para recomendar quando possível e necessário, os exames exigidos para a progressão de regimes e, inclusive, cessação de periculosidade e insanidade mental.
JORNADA DE LIBERTAÇÃO COM CRISTO
A Jornada de Libertação com Cristo, constitui-se no ponto alto da metodologia. São 3(três) dias de reflexão e interiorização, que se faz com os recuperandos. A Jornada, nasceu da necessidade de se provocar uma definição do recuperando quanto à adoção de uma nova filosofia de vida, cuja elaboração definitiva demorou quinze anos de estudos. Tudo na Jornada foi pensado e testado exaustivamente, e o roteiro, ajustado incansavelmente até que seus propósitos fossem atingidos.
Devido a grande importância da Jornada de Libertação com Cristo no Método APAC, um livro completo, contendo os esquemas e o roteiro desse notável encontro, foi preparado exclusivamente para este fim: Parceiros da Ressurreição.

QUER SABER MAIS? http://www.fbac.org.br/